terça-feira, janeiro 22

Uma espiada no futuro 2/5

Sobre o Poder: economia e finanças, geopolítica e governança

O que é certo: mais conexão. Caminhar para a formação da sociedade global. Mais economia das expectativas e maior quantidade e rapidez de conexão. Mais e mais volatilidade e incerteza. Valorização crescente da rapidez das respostas. Os que têm menos poder afetarão cada vez mais os que têm mais poder. Insegurança. Desequilíbrio. Crises locais afetando o global. Aumento do fundamentalismo como resposta à volatilidade e homogeneização global. Política reacionária em locais específicos como resposta às crises. Complexidade. Perplexidade. Maior número e poder das ameaças e oportunidades.

O que é incerto: como será a nova economia frente à inevitabilidade da incerteza. Como será o relacionamento entre aqueles que ganham na incerteza e aqueles que perdem nela. Que tipo de respostas ou nova ordem mundial surgirá da falta de segurança. Quais serão os pólos de insegurança. Quais e como serão as (novas) potências mundiais. Quais os tipos de reação aos caminhos da globalização desigual.

A corrida da competição, a conexão e a vida a partir de expectativas cria a volatilidade do mundo. Ele se intensifica com a poeira, o “fog” que todo este movimento nervoso gera. Dificulta a visão, o que deixa as coisas mais confusas. Poucos terão acesso a instrumentos de melhoria da visão, da conexão e da antevisão das expectativas. A curva de crescimento que até 2000 era exponencial e continuamente crescente passa a ser exponencial e nervosamente crescente, com altos e baixos cada vez mais intensos.
As diferenças entre os que podem e os que não podem aumentarão em quantidade e qualidade. Cada vez menos podem mais e melhor. Cada vez mais podem menos e pior. A pirâmide torna-se cada vez mais uma bigorna de cabeça decrescente.
Como os que têm menos poder são capazes de afetar os que têm mais, pela interconexão do mundo, isto causará insegurança crescente. As crises locais geram conseqüências sobre o global. Não se sabe como os que têm poder reagirão. Se serão seriamente afetados e se novas fontes de poder surgirão. Ocorre a busca de sistemas em rede para robustez das fragilidades. Busca da descentralização. Fundamentalismo como resposta à homogeneização global. Certos locais do globo optarão por sistemas políticos reacionários como resposta à crise e como estratégia para busca da estabilidade.

Imagens do mundo: cassino estratégico, pirâmide que vira bigorna, eletrocardiograma mundial, desespero de Sansão como parábola dos tempos, armadura de aço no corpo, vulnerabilidade no calcanhar de Aquiles, internet como metáfora para rede robusta, desejo de volta ao conforto dos velhos tempos mesmo à custa de valores fundamentais, Suécias e Chinas e Ruandas mundo afora.

Nenhum comentário: