domingo, janeiro 27

E a vida dá seus laçaços

Sabem, eu nunca fui muito fã de um distinto cavalheiro jornalista chamado Rogério Mendelski. Bom, era fã quando ele fazia um programa na TV2, isto há séculos atrás. Depois as coisas mudaram. Pois é, não é que agora eu leio uma coluna do distinto no Correio do Povo de domingo 20/1 (reproduzida em http://www.rogeriomendelski.com.br/rogerio%202001.htm) e de 27/1 (http://www.rogeriomendelski.com.br/rogerio%202801.htm) sobre os Guarani da RS40. Sobre um menino chamado Karai. Pois Karai é um dos muitos personagens de "Avaeté".
Pois é, assim às vezes nos chegam os sinais. Eles não dependem de você gostar ou não das pessoas. A Vida entrega-os através daqueles próprios que você excluiu.

quinta-feira, janeiro 24

Uma espiada no futuro 3/5

Sobre as Pessoas: cultura e sociedades, sistemas de valores e crenças

O que é certo: ocorrência simultânea de: evolução lenta e revolução rápida; integração e desintegração; mudança sem dor e conflitos com sofrimento. Aceleração das mudanças culturais e sociais pela mídia global, informática e comunicações. Mudança no status das mulheres com busca da equalização. Interpenetração cultural. Crises de identidades culturais. Nova revolução cultural. Complexidade de adaptação a muitos níveis de mudança. Fundamentalismo. Evolução da religião e novas expressões da espiritualidade.

O que é incerto: conseqüências da pressão por fusão cultural. Conseqüências do atraso das mudanças culturais e sociais em relação às mudanças econômicas e tecnológicas. Dinâmica resultante das tensões e permeabilidades das fronteiras políticas, sociais e culturais. Dilemas culturais da biotecnologia (por ex., aumento da longevidade x mundo do trabalho), da teleimersão e da realidade virtual. Dilemas da fusão cultural global e da dificuldade de consenso em questões étnicas, sociais e culturais. Onde ocorrerá a nova revolução cultural. Conseqüências culturais da psicomedicação. Convergência de valores e crenças. Capacidade humana de sobreviver às pressões ambientais.

A tecnologia e a economia forçam a mudança em vários níveis. O colchão estabilizante destas mudanças são a sociedade e a cultura. Porém, o atraso inerente às duas dimensões provoca dilemas fundamentais à vida social. Por exemplo, dilemas derivados da biotecnologia como aumento da longevidade, uso de células-tronco, organismos geneticamente modificados, teleimersão e realidade virtual provocam controvérsias não facilmente consensuais.
A compreensão e reconhecimento das diferenças é uma competência crítica. Mudança no status das mulheres com busca da equalização.
Interpenetração cultural e equalização cultural, como a liberalização feminina, são fenômenos diretamente ligados ao desenvolvimento econômico e tecnológico, e por isso serão uma tendência. Porém, esta mesma interpenetração e fusão levam a dificuldades de consenso em questões étnicas, sociais e culturais, como nos casos do Oriente Médio e adjacências e África. Questões econômicas e culturais podem ser o combustível para genocídios étnicos.
Em vários níveis e locais notam-se os paradoxos globais: evolução lenta e revolução rápida; integração e desintegração; mudança sem dor e conflitos com sofrimento. Isto poderá ser mais sentido exatamente nas fronteiras políticas, sociais e culturais. Várias delas podem entrar em tensões ou enfraquecerem-se.
Acredita-se que uma nova revolução cultural, ou contra-revolução, poderá ocorrer. Não se sabe a partir de onde.
Aumenta a aceleração da complexidade de adaptação a muitos níveis de mudança. Crises de identidades culturais ocorrem. A psicomedicação é uma variável relevante. Crises de identidade e evolução religiosa e espiritual poderão estar ligadas.

Imagens do mundo: mulheres com burcas e cartazes, crises e novas revoluções culturais, grande sala de aula e laboratório que é o mundo (aprendendo na diversidade), o globo no divã, convergência divergente, multiculturalismo dinâmico na aldeia global, procura dos metavalores para adaptação à mudança e o bem comum global.

terça-feira, janeiro 22

Uma espiada no futuro 2/5

Sobre o Poder: economia e finanças, geopolítica e governança

O que é certo: mais conexão. Caminhar para a formação da sociedade global. Mais economia das expectativas e maior quantidade e rapidez de conexão. Mais e mais volatilidade e incerteza. Valorização crescente da rapidez das respostas. Os que têm menos poder afetarão cada vez mais os que têm mais poder. Insegurança. Desequilíbrio. Crises locais afetando o global. Aumento do fundamentalismo como resposta à volatilidade e homogeneização global. Política reacionária em locais específicos como resposta às crises. Complexidade. Perplexidade. Maior número e poder das ameaças e oportunidades.

O que é incerto: como será a nova economia frente à inevitabilidade da incerteza. Como será o relacionamento entre aqueles que ganham na incerteza e aqueles que perdem nela. Que tipo de respostas ou nova ordem mundial surgirá da falta de segurança. Quais serão os pólos de insegurança. Quais e como serão as (novas) potências mundiais. Quais os tipos de reação aos caminhos da globalização desigual.

A corrida da competição, a conexão e a vida a partir de expectativas cria a volatilidade do mundo. Ele se intensifica com a poeira, o “fog” que todo este movimento nervoso gera. Dificulta a visão, o que deixa as coisas mais confusas. Poucos terão acesso a instrumentos de melhoria da visão, da conexão e da antevisão das expectativas. A curva de crescimento que até 2000 era exponencial e continuamente crescente passa a ser exponencial e nervosamente crescente, com altos e baixos cada vez mais intensos.
As diferenças entre os que podem e os que não podem aumentarão em quantidade e qualidade. Cada vez menos podem mais e melhor. Cada vez mais podem menos e pior. A pirâmide torna-se cada vez mais uma bigorna de cabeça decrescente.
Como os que têm menos poder são capazes de afetar os que têm mais, pela interconexão do mundo, isto causará insegurança crescente. As crises locais geram conseqüências sobre o global. Não se sabe como os que têm poder reagirão. Se serão seriamente afetados e se novas fontes de poder surgirão. Ocorre a busca de sistemas em rede para robustez das fragilidades. Busca da descentralização. Fundamentalismo como resposta à homogeneização global. Certos locais do globo optarão por sistemas políticos reacionários como resposta à crise e como estratégia para busca da estabilidade.

Imagens do mundo: cassino estratégico, pirâmide que vira bigorna, eletrocardiograma mundial, desespero de Sansão como parábola dos tempos, armadura de aço no corpo, vulnerabilidade no calcanhar de Aquiles, internet como metáfora para rede robusta, desejo de volta ao conforto dos velhos tempos mesmo à custa de valores fundamentais, Suécias e Chinas e Ruandas mundo afora.

Uma espiada no futuro 1/5

Pensar o que fazer no futuro implica dar uma "espiada lá", não acham? Resolvi sair atrás de algumas coisas para estudar e resolvi compartilhar com vocês o melhor que eu li sobre o assunto.

Vou postar em cinco partes uma síntese adaptada das visualizações de cenários da rede GBN – Global Business Network (http://www.gbn.com/) – para os anos vindouros até 201?. As visualizações fazem parte do livro “What’s Next?”, de Kelly e Leyden, de 2002. O terreno foi mapeado em quatro áreas e oito subáreas:

Poder: Economia e finanças, Geopolítica e governança
Pessoas: Cultura e sociedades, Sistemas de valores e crenças
Potencial: Tecnologia, Ciência
Planeta: Ambiente e sustentabilidade, Civilização e infra-estrutura

Visualizar o futuro diz respeito a imaginar caminhos sem escolhê-los. Implica adotar posturas e ações robustas, que sirvam ao maior número de caminhos. Para visualizar que bifurcações criam novos caminhos, procuram-se por incertezas. E se imagina no que elas podem se desenrolar.
Este processo deveria ser um de múltiplas perspectivas. Assim o fazem na GBN. Várias mentes são mais criativas que uma única.

O futuro é visto da “nossa” perspectiva global. “Nós” significa o bilhão de pessoas com mais poder para estar “conectado”.

Sobre escrever

Notícia boa prá galera: terminei meu romance (de estréia?) na semana do natal passado. Título: Avaeté. Foi uma experiência impressionante, espetacular e emocionante. Ah, se eu pudesse viver de escrever... Mas acho que isto é meio fantasia. Tô achando que para viver de escrever você tem que ter uma noção mais ampla do que seja escrever. Você não pode viver só do dinheiro dos seus livros. Tem que fazer algo mais envolvente, mas amplo, mais integrado. Poucos são os que têm uma vida razoável só do escrever, assim como poucos são os que têm uma vida razoável do jogar futebol (ou tênis, etc.)

Não sei bem o que seria este "mais amplo". Alguém aí teria idéias de como se sobrevive criativamente escrevendo criativamente?



P.S.: aguardem mais novidades sobre Avaeté.

O que eu estou fazendo aqui?

Oi, pessoal.
Sabem, resolvi escrever um blog. Um blog para ouvir meus amigos conectados.
A vida mudou. Deixei para trás o que fazia em 2007 e agora preciso saber o que vou fazer da vida. É como se eu estivesse a ponto de fazer o vestibular e tivesse que escolher um curso. É bem isto.
Bem, já que preciso escolher uma nova carreira, que eu me aconselhe com quem vale a pena compartilhar idéias. Conto com a capacidade dos meus amigos olharem para o futuro e me ajudarem a escolher.
É para isto este blog. Por favor, eu preciso ajuda.